segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ainda vale a pena lutar!

Será que Você pode me olhar nos olhos?
Será que pode ver realmente a minha alma?
Será que Você pode ouvir o meu coração?

Será que ainda vale a pena lutar?

Podes sentir aquilo que sinto?
E quando Você sentir, eu ainda estarei lá?
Será que Você pode mudar o rumo dessa história?

Será que ainda vale a pena lutar?


Mesmo quando nenhum de nós querer mais se sacrificar?
Ou apenas dirá que não pode me ajudar?
Será que nenhum outro, poderia oferecer mais Amor?

Será que ainda vale a pena lutar?

Ouço dizer muitas coisas sobre Ti, mas e a sua Verdade, ainda está por vir?
Não existe um lugar qualquer em que Você não esteja lá?
Não consigo evitar, por mais que eu não queira...

Ainda vale a pena lutar!

LailaMell

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Amor = Sexo = Desejo. Será?

"O desejo sexual é um fenômeno subjetivo extremamente complexo, para cuja origem contribuem significativamente as fantasias sexuais, os sonhos sexuais, a iniciação do comportamento sexual, a receptividade ao e do par sexual, as sensações genitais, as respostas aos sinais eróticos no meio ambiente e muitos outros fatores. Muito ao contrário do que pensam alguns, o desejo sexual do ser humano adulto, maduro e consciente não se resume à simples pulsões fisiológicas, tal como é o caso da vontade de comer ou da vontade de beber. Sexo por impulso, ou seja, exclusivamente biológico, acontece nos animais e no ser humano imaturo, biológica ou mentalmente. No ser humano maduro e consciente considera-se que o desejo sexual seja um complexo vivencial formado por três componentes principais; a biologia, a psicologia e a socialização. Interessa aqui esses três componentes interagindo continuamente uns com os outros. A expressão "desejo sexual" envolve a inclinação humana para o comportamento sexual, o qual tem início tanto na cultura, através da motivação sexual, como na pessoa, através do impulso sexual."  (http://www.psiqweb.med.br)

Existe um certo apelo no sentido de determinar o quanto nosso desejo sexual é "normal ou anormal", nisto entram questões como a quantidade de vezes em que praticamos sexo, as posições, o desempenho, a vontade, se somos fogosos ou não. 


Afinal para muitos, a falta do desejo sexual implica em a pessoa estar de certa forma "doente", ainda que tal pessoa não se sinta assim, aliás, muitas pessoas nem sentem desejo sexual e são satisfeitas e felizes dessa forma, sozinhas ou acompanhadas, essas pessoas se nomeiam ou as nomeiam como assexuadas e não reprimidas ou frigidas. 



Obviamente que o sexo além de ser uma das grandes fontes de prazer, de fazer bem a saúde, é também a única forma natural de reprodução. Mas, apesar disso, nem sempre o desejo sexual vem junto no pacote



Podemos nos referir ao sexo como tendo até três funções distintas, porém, não únicas: para fins reprodutivos (procriação); Para fins onde o sexo é apenas usado como fonte de prazer e satisfação de desejos e fantasias sexuais e tudo o que isso implica; E existe ainda a função "espiritual" em que a relação sexual é vista como uma experiência transcendental como ocorre no sexo tântrico (quando praticado de forma correta e ética)


Não vou discutir aqui qual a melhor ou a pior, porque isso cabe a vivência de cada um e creio que na vida é possível vivenciar essas três funções do sexo, juntas/separadas ou não. A questão importante é a imposição de um desejo sexual comum a todos e esta imposição é a responsável por tantos problemas que enfrentamos como o preconceito e a discriminação em relação ao sexo. 


Como se pode analisar no texto que usei como referência, existem diversas formas de vivenciar ou não este desejo sexual, ou seja, este desejo não é tal como a necessidade de comer e beber afinal nunca ouvimos algo como "fulano(a) morreu por falta de sexo", porém, já ouvimos muitos casos em que as pessoas morrem de sede e de fome. 



Sendo assim creio eu, ser leviano demais afirmar que o sexo é algo fundamental a existência humana, sim, o ser humano existe devido a uma relação sexual, mas, se a intenção não for a de procriar a função do sexo como impulso exclusivamente biológico e fisiológico deixa de existir como obrigação e passa a ser opcional na vida humana, podendo ser vivenciadas de diferentes maneiras.


Então cada um vai ter um tipo de motivação sexual que pode levar ou não ao desejo sexual, o que motiva, o que estimula um pode ser exatamente o que desmotiva ou desestimula o outro. 


Tem pessoas que fazem sexo para saciar o seu impulso, ai vão a procura do outro apenas para se satisfazer. O outro funciona ali como um "objeto saciador, um tira-fome", tão logo a vontade é saciada já não há mais razão de se manter ou querer a pessoa ali do lado, afinal se não estamos mais com fome, paramos de nos alimentar... 



Existem aqueles que fazem sexo para satisfazer o seu Ego, então a pessoa vai a procura do outro para se sentir bem consigo mesma, para se validar como pessoa, então ela faz sexo com o outro para se sentir bonito(a), gostoso(a), ser a "boa de cama". Provar para si mesmo que tem uma ótima performance, ela até quer dar prazer ao outro, mas, apenas para exercer o poder dela no sexo e não necessariamente porque se importa com o prazer do outro. Seria algo como fazer sexo olhando para o espelho e ficar admirando sua própria performance e não a relação sexual em si, que está ocorrendo naquele momento, ou seja, não há uma entrega total nesse sentido, não existe interação, apenas uma conexão superficial focada no prazer dos genitais e nas mais variadas posições e realizações de fantasias sexuais... 



Existem aqueles que fazem sexo por amor ou por ter algum sentimento de afeto pelo o outro, pessoas assim nem sempre sentem desejo sexual pelo o outro, mas, por amarem ou se sentirem afetivamente próximos acham que necessariamente o desejo sexual irá surgir como que num passe de mágica e vai ser obrigatoriamente um desejo ardente e longo, mas, nem sempre esse desejo surgi mesmo a pessoa gostando muito da outra...


Como podemos ver, existem diversas formas de vivenciar o sexo, não só pelas definições acima, como muitas outras. No entanto, o desejo sexual está ligado a motivação sexual que está ligada ao estímulo sexual. O estímulo se inicia no impulso (biológico) sexual de cada pessoa, que pode variar por questões orgânicas, hormonais e psicológicas e a motivação sexual se inicia com a cultura de cada pessoa. 


Quando tentamos definir isso através de regras, padrões, homogenização, muitas pessoas que não se enquadram se sentem inferiores ou aquém dos outros, porque começam a se comparar ou outros começam a compará-las com esses padrões, assim dificilmente a pessoa irá se motivar sexualmente. 



A pessoa em determinado momento poderá até procurar ajuda médica, mas, nem sempre a questão é médica e geralmente a pessoa procura ajuda porque o companheiro(a) está reclamando ou está insatisfeito(a) com o seu desempenho, dificilmente algo poderá ser feito já que a pessoa se sente mal não pela falta do desejo em si e sim porque não quer mais decepcionar o outro.


Não tenho respostas prontas para a resolução do problema da falta do desejo sexual, pois, nem sei se isso é um problema crucial na relação, o que eu acredito é que o desejo passa a ser um problema quando começa a ser padronizado, medido, exigido, obrigatório. 


O que com certeza é válido nesses casos é o autoconhecimento, é se libertar das amarras do que é ser normal ou anormal nesse sentido, é se respeitar, respeitar os seus limites e aprender a respeitar os limites do outro em se querer ou não. É necessário entender que o que me causa excitação, o que me motiva sexualmente, o que me causa desejo nem sempre vai causar o mesmo efeito no outro, ás vezes, irá causar repulsa e afastamento. 



Então se alguém dá muito valor a isso em detrimento a outros aspectos da relação, como por exemplo, afeto, companheirismo... Ao invés de se perder tempo tentando mudar o desejo do outro, seria mais prudente procurar por um(a) parceiro(a) compatível que tem uma motivação e desejo sexual semelhantes as suas. 



Se por acaso a pessoa tem vontade de ter um desejo e desempenho sexual melhores cabe a essa pessoa procurar por ajuda, o outro neste momento pode oferecer seu apoio, mas, não obrigar o outro a se enquadrar ao seu desejo, ou tentar estimulá-la com palavras de efeito como: - "Sei que você tem um grande potencial, só precisa querer, isso vai fazer bem pra você, não é por mim é por você, você precisa se libertar....; Ou coisas como: Meu (minha) ex era assim ou assado na cama, ele(a) não me dava sossego"... 
Palavras como essas só fazem piorar a situação, fazendo o outro se sentir diminuído. Então nada de bancar o super-herói, a(o) terapeuta, nessas horas.


Quem ainda acha que o amor é igual a sexo que é igual ao desejo ou vice-versa, após refletir um pouco sobre tudo o que foi escrito, verá que a coisa não é tão simples e automática assim. 


Observará que esses três componentes podem coexistir, mas, ao mesmo tempo podem existir de forma separada, então uma motivação sexual e um desejo sexual comum a todos não existem. 



Quem vai determinar isso é o autoconhecimento próprio de cada pessoa, a honestidade em se aceitar e a forma com que a pessoa vai lidar com isso. 



Se isso causa ou não sofrimento? Se é necessário fazer algo a respeito para mudar? Quem decidi isso é a própria pessoa e não o outro, o outro não deve jamais servir de parâmetro. 



Porém, o Respeito por si próprio e pelo o outro, devem ser a base de tudo, Sempre!
                                                            

                                                                LailaMell 






segunda-feira, 4 de março de 2013

Um relacionamento só é bom se houver paixão?

Quem nunca assistiu as diversas comédias românticas do cinema ou assistiu a alguma reportagem sobre casais imensamente apaixonados, respirou fundo, e desejou o mesmo para si?

Realmente a paixão nos motiva a ter uma vida mais plena, parece que realmente estamos vivos, sentimos que o outro nos completa e é tudo para nós. Mas, essa sensação não é eterna e obstáculos surgem no caminho. Por mais que quem está apaixonado não queira admitir, a paixão é algo que passa e acaba, acredito que as pessoas podem treinar para manterem a paixão, mas, para isso exige maturidade, decisão, consciência e boa vontade, pois, esta paixão não será mais a paixão química, da forma que a conhecemos e sim, será uma paixão comportamental.

Acho que para o apaixonado não há coisa pior do que não ter sua paixão correspondida, quando isso ocorre, um abismo abre-se diante da pessoa apaixonada, tudo de bom se desfaz, a paixão dá lugar a áquilo que seu significado etimológico diz: "sofrimento", SIM, é isso que a paixão se torna, um grande sofrimento para quem está apaixonado e dependendo das consequências, também para quem é alvo dessa paixão.

Geralmente esta paixão nos cega, nos faz agir somente por esse impulso de querer o outro a qualquer custo, achamos que temos a posse do outro, daí tantos crimes passionais cometidos.

Mas, porque que mesmo sabendo que a paixão pode ter seus maus efeitos colaterais, ela é a primeira coisa que buscamos num relacionamento?

Sim, porque quando não existe paixão num relacionamento, achamos que não há vida, não há afeto...Mas, será mesmo que é assim? Não existe um bom relacionamento sem o elemento paixão?

Bom, acho que isso depende de cada pessoa e da vivência de cada pessoa, da sua personalidade, do seu temperamento. Em minha opinião, quanto mais amadurecemos emocionalmente mais vamos nos distanciando da paixão, pelo menos, no que diz respeito a essa paixão química, por impulso.

Sinceramente acho que um relacionamento sem paixão, pode ser tão bom e cheio de emoção quanto qualquer outro com paixão, depende, obviamente das pessoas envolvidas nesse relacionamento e do que elas querem para ele.

Quando não estamos sob o domínio da paixão, estamos livre para fazer escolhas conscientes, não nos tornamos escravos do impulso, sendo assim, não tomamos atitudes precipitadas e que nos causará arrependimento, com tanta frequência. Pensamos e sentimos as coisas com mais clareza!

Um dos componentes que impulsiona a paixão, com certeza é a atração física e a sexual e geralmente quando ela começa a diminuir, a paixão começa também. Num relacionamento sem paixão, este componente existe, mas, não tem tanto impacto, as pessoas não se relacionam baseadas somente nisso, portanto outros componentes como o respeito, a amizade, a cumplicidade se tornam tão mais importantes quanto a atração que é relativa. Isso faz com que se torne mais simples, de repente, um futuro rompimento, caso seja necessário, sem que uma das partes se sinta tão mal a ponto de odiar a outra, coisa que se torna quase impossível quando estamos apaixonados e o outro termina, a vontade que a pessoa apaixonada tem vai de sentimentos de vingança, até mesmo ficar completamente deprimido.

Quando estamos apaixonados parece que nos esforçamos mais para agradar e fazer com que a relação dê certo, afinal a vontade de ter o outro é muito intensa, mas, como já citado esse mesmo empenho, não sobrevive ao primeiro obstáculo ou ao primeiro indício de mudança ou diminuição da paixão, pois, não há uma maturidade de se prever esses acontecimentos e lidar com eles de forma prática. Já quando não estamos apaixonados, já sabemos que todo o relacionamento passa por mudanças, sabemos que a empolgação inicial se deve ao fato das pessoas envolvidas serem desconhecidas, o mistério nos causa curiosidade e conforme vai havendo intimidade, essa empolgação vai diminuindo, vamos nos descobrindo, mas, isto não é motivo para se esfriar, pois, podemos dar lugar a admiração ao invés da empolgação e agirmos baseados na admiração que temos pelo o outro.

Como se vê a paixão pode ser o que dá a liga, mas, também pode ser o que separa. Um relacionamento sem paixão, baseado em valores e sentimentos mais profundos, se bem aproveitados, nos faz aproveitar a vida ao lado de alguém de forma mais serena, e por que não, divertida?

Achamos que um relacionamento sem paixão, sereno, não é divertido. Pois, não há aquele "caos", aquele impulso, que causa muitas brigas e discussões e geralmente termina numa cama, em meio a beijos ardentes de paixão. Achamos que precisamos sempre estar a beira de um ataque de nervos, precisamos sempre sentir aquele frio na barriga, o famoso "entre tapas e beijos", pois, isto é sinal de que gostamos e de que estamos apaixonados.

Parece não haver o espaço para o bom senso, a doação, o comprometimento, a razão. Mas, volto a dizer, isto tudo depende muito do que as pessoas querem e desejam e de suas personalidades e temperamentos, não é a paixão em si, que faz algo ser ardente e divertido. São as pessoas envolvidas que fazem com que o relacionamento seja assim ou não, não é necessário ter paixão para você fazer coisas divertidas e emocionantes, porque na paixão isto implica em se sentir, eu sinto paixão por isso faço coisas boas, divertidas e excitantes, mas, quando não existe a paixão, você pode simplesmente decidir ser assim.

Eu decido conscientemente tomar tal atitude para ter tal resultado, independente de se sentir essa paixão, claro desde que a pessoa realmente goste da outra, pois, quando não gostamos, não nos importamos com o outro. Então, uma pessoa pode tomar certas atitudes, por exemplo, para apimentar a relação, sem necessariamente sentir esse impulso (que seria natural na paixão), pois, entende que tal atitude vai ajudar a ter um resultado positivo na relação e isso é o que importa. Tudo isso parece muito mecânico e até frio, mas, não acho assim, tudo depende da forma com que você vê e age, se você é uma pessoa mecânica e fria, tudo o que fará será assim!

Há muito mais o que se escrever e pensar sobre isso, existem muitas vantagens e desvantagens.

Mas, de uma coisa eu tenho certeza, um relacionamento pode e deve ser bom, com ou sem, paixão. Basta que os envolvidos tenham consciência, boa vontade e não tenham preguiça de se empenhar e tentar!
                                                            LailaMell

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Independência, Carência e Afins...

Relacionamentos, como deixar de falar nesse assunto?

Ele faz parte da vida da gente, pode ser virtual, a distância, tete a tete, de amizade, de namoro, de casamento, sexo casual, de trabalho, por interesse, não importa...são relacionamentos...

E nesse contexto de relacionamento que tal inserir o assunto Independência, Carência e Afins?

Sim! Porque hoje em dia é quase que um crime inafiançável pensar e falar em carência dentro de um relacionamento, afinal a bola da vez é a total independência, financeira, emocional, física, não é mesmo?

Mas, antes disso que tal analisarmos o que é independência e o que é carência...

Segundo o dicionário independência é:  
O estado de não se achar sob domínio ou influência estranha. 
E carência é:
1. Falta do que é preciso. 2. Necessidade.
3. Privação.

Considerando esses significados acima, acho que vale rever todo o nosso conceito ou preconceito em relação a independência, carência e relacionamento. Vivemos em um mundo puramente consumista ( pelo menos a maior parte das pessoas vivem em um mundo assim ), onde a aparência do ter, vale mais do que o ser, onde o status conta mais do que qualquer valor moral e virtude de caráter. Pensando nisso, num relacionamento existe uma carência ou seja, existe a busca por algo, não importa o que seja, existe esse buraco, essa falta, essa privação...
E é a ânsia por esta busca, para preencher este vazio que vai fazer toda a diferença em nossa vida e definir o quanto somos escravos dessa carência ou independentes dela.

Admitindo ou não, Todos  somos passíveis a esta carência. Ninguém é tão autossuficiente a ponto de não precisar de algo ou alguém, todos estamos inseridos numa cadeia de dependência, independência e inter dependência.

Só que existe diferença entre você sentir e admitir que necessita ou sente falta de algo ou alguém e entre você se achar sob o domínio ou influência deste algo ou alguém.
Para ser mais específica existe diferença entre você sentir e admitir que sente falta de ter mais e melhores amigos, por exemplo, e você se achar sob domínio desta carência e fazer absolutamente qualquer coisa, seja algo digno ou não, para conseguir ter esses amigos. Então sob o domínio dessa carência, se para você ter esses amigos, você tiver que abrir mão de sua personalidade, seus gostos, sonhos e desejos, suas opiniões e dai por diante apenas tornar-se mais uma "cópia sem identidade própria", desses supostos amigos, você assim fará!

Afinal você está sob o domínio desta carência, abriu mão de sua independência, que neste caso seria a liberdade de que apesar dessa falta (carência), você prefere não abrir mão de si mesmo. Porquê acredita que verdadeiros amigos vão querer você, como você é.
Podem querer que você melhore em alguns aspectos, afinal ninguém é perfeito, mas, ainda sim o aceitarão como você é!
Este é um exemplo que serve de base para outros relacionamentos, como trabalho, até que ponto você abre mão dessa sua independência, se submete, para manter algo que considera importante?

E será que se estamos conscientes de que estamos sob o domínio dessa carência, isso faz com que nossa independência seja mantida apesar da carência?

Respostas fáceis não existem, cabe a cada um conhecer a si mesmo, afinal cada um sabe onde seu calo aperta e quando você sente sua dor, só você sente, ninguém por mais presente que seja, sentirá por você...

De nada vale vestir uma fantasia do "eu não preciso de nada e nem de ninguém, eu me basto", e encobrir algo que está lá e é real e mais uma vez apenas aparentar ser algo que não existe, ou seja, apenas mais uma vez manter o status do "eu pareço ser, mais não sou".

Deixo claro que em minha opinião, não é a admissão de uma carência que nos torna carentes ou dependentes e muito menos isso significa ser sinal de fraqueza, e sim a maneira que lidamos com essa carência, isso que nos torna escravos ou livres. Enquanto você sentir que tem escolhas, enquanto conseguir se enxergar em meio a multidão, ainda estará livre, mas, se já se perdeu, volte imediatamente do início e recomece, não queira ser só mais um, ouça sua voz, ouça seu coração bater, faça a diferença, nem que seja para si mesmo!

Então da próxima vez que alguém lhe questionar se você está carente, não se envergonhe de dizer que sim, que admite sentir falta de algo ou alguém, mas, que estar carente não significa ser carente, você pode estar carente independentemente de ser!

                                                          LailaMell

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A vida e o leilão da virgindade!

O leilão da virgindade da catarinense Catarina Migliorini, de 20 anos de idade, foi encerrado na manhã dessa quarta-feira (24) com o lance de US$ 780 mil (cerca de R$ 1,5 milhão). Esse valor astronômico foi oferecido hoje por um japonês com o apelido de Natsu.
A brasileira explicou que é virgem e que tem exames para provar isso. Ela disse que irá a um médico de confiança do ganhador do leilão para ser examinada. Catarina falou que está preocupada com o final do leilão. De acordo com o regulamento, a primeira experiência de "amor" de Catarina está prevista para ocorrer 10 dias depois de hoje, no dia 3 de novembro.
A experiência da moça faz parte do documentário 'Virgins Wanted', que conta a história de jovens antes e depois de suas "primeiras vezes". A brasileira já tem um destino para o dinheiro: vai estudar medicina. "Já estava até matriculada, mas decidi adiar e vou em 2013. Tenho 20 anos, sou responsável pelo meu corpo e não estou prejudicando ninguém", afirmou em entrevista à 'Folha'.
O sexo não será filmado. Os produtores do documentário afirmaram que Catarina irá perder a virgindade em um avião, que irá da Austrália aos Estados Unidos.
( Fonte:  Yahoo! OMG! )

Muitos estão se perguntando a que ponto chegamos, após saber de uma notícia como essa da catarinense que teve sua virgindade leiloada num site....

Não acredito que chegamos a esse ponto, acredito que não saímos desse ponto, confuso? Eu explico.

A prostituição existe desde que o mundo é mundo, a ponto de ser considerada a profissão mais antiga do mundo. Mas, ainda sim ela é vista como algo baixo e imoral, pois, na prostituição o sexo é visto e tratado como um negócio, como uma venda, um comércio, só que, na maioria das vezes, essa imoralidade só é vista do ponto de vista de quem está se prostituindo e não de quem está consumindo, negociando ou seja do ponto de vista de quem faz uso ou lucra com isso. Acredito que o que existe por trás da prostituição é que deve ser analisado, especialmente neste caso do leilão da virgindade. O que há por trás desse ato? Apenas uma jovem interesseira, que não se dá valor e que está atrás de fama e dinheiro? Ou existe um outro fator determinante para tal ato?

Eu não vou aqui fazer um julgamento moral da conduta desta moça, pois, ela tem a vivência dela e eu tenho a minha e são essas vivências que determinam as atitudes e escolhas feitas na vida.

Quero aqui, convidar a quem quiser, a refletir sobre o que há por trás desse leilão.

Nesse leilão tanto a moça como um rapaz tem suas "virgindades" leiloadas para satisfazer o ego, a curiosidade, de quem fez seus lances no site. No caso específico da moça, homens de todos os tipos e nacionalidades fizeram seus lances como se estivessem participando de um leilão de um carro, por exemplo...

O que acho importante pensarmos é: O que leva homens com poder aquisitivo a participarem de um leilão como esse?

Seria apenas por uma fantasia sexual de ter uma relação sexual com uma virgem?

Ou o que acontece é a velha questão masculina de "poder". Bem sabemos, que vivemos numa sociedade machista e patriarcal, que coloca sobre os homens a obrigação de ser o macho, o provedor, o poderoso, o insensível, e essa pressão faz com que os homens sejam competitivos e disputem entre si, desde quem tem o melhor carro, o melhor emprego, até a mulher mais bonita, mais gostosa, como se fosse um troféu para exibir aos outros machos o que o poder dele pôde adquirir, ás vezes, essa competição chega a ser uma obsessão, vale ressaltar também que nessa competição, as mulheres, acabam se encaixando perfeitamente, demonstrando para as demais e para a sociedade em geral, o que o "seu homem" tem e pode comprar...

Nesse contexto a questão da prostituição e posteriormente desse leilão da virgindade, vai além do sexo, serve apenas para reforçar cada vez mais esse estereótipo de homem poderoso e inabalável, que pode comprar e pagar por qualquer coisa, pode pagar por aquilo que é cobiçado, invejado e valorizado pelos outros, ainda que saibamos que damos valor ás coisas tão insignificantes. E que nem sempre ter qualquer coisa, significa se ter o melhor. A questão de poder é relativa, talvez, numa outra cultura, numa outra sociedade, este mesmo homem que em nossa cultura é tido como poderoso, poderia ser desvalorizado.

Mas, em nossa cultura o que vale é isso, é se exibir, como um pavão, "Sou o Melhor", tenho o melhor carro, a melhor casa, frequento os melhores lugares... Então, se a virgindade é algo valoroso e está sendo leiloada, posso pagar por isso, por que não?

São esses  mesmos homens ricos e supostamente poderosos que alimentam a prostituição, o tráfico de pessoas, o turismo sexual no mundo, são esses homens cheios de "poder", que não pensam duas vezes em pagar cerca de R$ 1,5 milhão simplesmente para ter o poder (posse) de ter direito a virgindade de alguém, ainda que esse dinheiro servisse para tantas outras coisas realmente importantes.

Obviamente que esta moça não é a vítima inocente que não sabe o que está fazendo, na verdade ela está jogando conforme as regras pré-estipuladas por nossa cultura do poder, ela sabe que pessoas dão importância a isso. A nossa sociedade transforma em celebridades quem se expõe em detrimento ao talento, ainda que essa exposição não nos acrescente nada de positivo, a mídia, a sociedade hipócrita critica, porém, por debaixo dos panos valoriza e enriquece qualquer um(a) que faça as vezes de "bobo da corte". Homens de posse, "homens de grife", bem-sucedidos iriam se interessar pelo "negócio", não hesitariam em dar lances altíssimos para ter aquilo que os outros não tem.

E assim caminha a humanidade....Pessoas continuaram a ser tratadas como coisas e não como pessoas. Continuaremos somente a valorizar o status, a aparência, o culto neurótico ao dinheiro, o poder - seja ele real ou não -, porque é isso que move o mundo e quem não tem essas coisas para oferecer e jogar nesse suposto jogo da vida está fora, a margem da sociedade!

Ou abrimos mão da cultura do poder ( o poder de ter a posse a qualquer custo de qualquer coisa e pessoa) ou continuaremos assim, nos vendendo, até não restar mais nada, nem mesmo a nossa alma, para leiloar !

                                                                LailaMell

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Desculpa, eu não sou quem você pensou...

Dizes que gostas de mim, mas não me conheces

E nem quis me conhecer.

Disseste que estava feliz ao meu lado, quando na verdade estava infeliz.

Seus sonhos e ilusões preencheram o seu vazio

Ainda sim, não foram suficientes para preencher o meu.

Decepções e frustrações fazem parte do caminho 

Sim eu sei!

Mesmo assim eu continuaria seguindo...

Mas, quem estaria comigo?

Ai pude ver que estaria sozinha, mesmo estando contigo.

Não importa o que eu fizesse, o quanto eu me esforçasse

Nada, absolutamente nada estaria a altura de algo tão grande

Quanto este teu desejo.

O desejo de querer além do que poderia dar

O desejo de estar onde não lhe foi permitido ficar.

Confesso que por um momento fiquei mexida

Com a possibilidade de me entregar.

Ah...como seria bom...estar assim tão leve no ar...

Mas, como sempre a realidade vem se apresentar.

E quanto a  isto eu não tenho como negar.

Com um passo de cada vez

De cabeça erguida 

Vou seguindo em frente...

Tranquila, simplesmente por não perder a mim mesma 

E  assim poder descansar !


                                  LailaMell






domingo, 9 de setembro de 2012

Eu sempre te agrado e você não faz nada por mim!

Já faz um tempo que venho pensando em escrever sobre o vício de agradar ao outro deliberadamente e sem consciência, pois, percebo que esta atitude é uma das grandes armadilhas num relacionamento. De maneira nenhuma desejo causar uma má interpretação e dar a entender algo diferente daquilo que realmente almejo, então, espero conseguir escrever de forma sensata e coerente. Então, vamos lá....

Quem de nós nunca se pegou pensando ou falando algo como:
- Eu sempre agrado a fulana(o) e ela(e) nunca me agrada ou reconhece o que eu faço por ela.
Ou ainda:
- Eu fiz de tudo, me anulei por ele(a) e não ganho nenhum agradecimento...
Na maioria das vezes esses pensamentos vem acompanhados de fortes sentimentos de raiva, frustração e até autopiedade.

Mas, vamos refletir um pouco sobre o que há por trás dessa atitude de agradar ao outro?

Todo ser humano gosta de se sentir apreciado, admirado e recompensado por aquilo que faz de bom e em alguns casos até por aquilo que não faz, mas, essa é outra história. Então quando agradamos a alguém fazemos isso com um objetivo que é o de demonstrar afeto pela pessoa ou mesmo mostrar que temos certas habilidades e que gostaríamos de ser devidamente reconhecidos por essas habilidades. Até ai é totalmente compreensível que criemos certas expectativas em relação a agradar ao outro, porém, se analisarmos bem, quando agradamos na verdade queremos é ter esse retorno do outro e não necessariamente fazer algo para que o outro se sinta bem, pois, no geral agradamos ao outro, baseados na suposição de que o outro gostará disso ou daquilo, poucas vezes, perguntamos exatamente o que o outro gosta e como poderíamos agradá-lo. E isso que me desculpem os pseudobonzinhos e pseudoboazinhas nada mais é do que puro egoísmo, já que do contrário, procuraríamos saber com a pessoa em si o que a agrada e independente do retorno que tivéssemos não ficaríamos frustrados com aquilo que recebemos ou não em troca.

Então todos nós nascemos egoístas e isso ocorre por uma questão de sobrevivência, mas, com o passar do tempo e conforme vamos nos desenvolvendo esse egoísmo inato deve dar lugar a atitudes mais elevadas de altruísmo e socialização para que nossa vida em sociedade possa ser plenamente suportável para nós mesmos e para aqueles que convivem conosco. Esclarecido isso, devemos ter em mente que quando agradamos a alguém este retorno pode vir ou não e nem sempre virá da maneira que gostaríamos.

Isso acontece porque cada um de nós, ainda que usemos dos mesmos mecanismos para construir um pensamento, executar uma fala, em nossa essência, em nosso caráter, nossos pensamentos, valores e atitudes são diferentes um dos outros. Nós possuímos um mapa mental e emocional próprios, baseados em nossas experiências de vida, cultura, ambiente familiar, educacional, social e vamos reagir conforme este mapa que possuímos e não conforme o outro deseja. Muitas das vezes, a resposta, ou seja, a reação do outro, não irá nos satisfazer plenamente, frustrará nossas expectativas, dai todo o "bom ato" que tivemos se desintegrará numa sensação angustiante de rejeição, rancor e mágoa, muita das vezes. Afinal não é fácil lidar com a ingratidão.

Quando vamos agradar a alguém devemos ou pelo menos deveríamos ter em mente que o outro não vai necessariamente corresponder a áquilo que queremos e desejamos. É preciso haver um desapego neste sentido, pois do contrário a frustração será imensa e o modo como cada um reage a uma frustração corresponde ao que ele realmente é em sua essência ou em seu caráter. Mesmo porque é muito fácil ser solícito, amigável, simpático, quando tudo está bem e quando o outro faz aquilo que queremos, como queremos, na hora em que queremos, mas nisso não há virtude e nem aprendizado algum.

Então antes de sair por ai agradando, pense bem: 

"O que eu estou fazendo é algo que me agrada ou me faz sentir usada(o)? É algo que me agride? É algo que me faz sentir sobrecarregada(o)? É algo que vai contra meus valores e princípios? 
É algo que estou fazendo para receber alguma recompensa, elogio ou favor? Qual é esta recompensa, elogio ou favor que desejo receber? Numa escala de 0 a 10, o quanto receber em troca é importante?

Parece papo de louco, mas, refletir sobre isso, antes de agradar, faz com que nossos pensamentos entre em acordo com nossas atitudes e não corremos o risco de nos tornarmos hipócritas, desonestos e incoerente com nós mesmos.

Sejam quais forem as respostas para essas questões, jamais faça algo a alguém que seja contra seus valores, princípios, não se sacrifique a este ponto, NÃO SE ANULE! Pois, por mais que se sacrificar seja bonito na teoria, na prática cedo ou tarde, você vai cobrar a quem você se sacrificou com juros e correção e muitas das vezes da pior maneira possível. Ainda não atingimos um nível psicológico e até mesmo espiritual elevados de autoconhecimento e controle  do Inconsciente, do Ego, Super Ego, tão elevado a ponto de afirmarmos com convicção e atitude, que não desejamos receber absolutamente NADA em troca.

Não estou sugerindo com isto, que sejamos individualistas, egocêntricos e não tenhamos para com os nossos semelhantes atitudes de amor e compaixão, que não cedamos. Mas, não façamos coisas contra aquilo que acreditamos ser o correto, pois o preço a pagar é alto demais.

Façamos pelo o outro aquilo que conscientemente decidimos fazer de boa vontade independente do retorno, que pode vir ou não, tenhamos flexibilidade, façamos acordos honestos conosco e com os outros, cedamos naquilo que temos plena consciência do que e por que estamos cedendo.

Por exemplo: Imaginemos um casal. A esposa é imensamente fã de um certo tipo de música, enquanto o marido é fã de outro tipo completamente diferente. Sua esposa deseja muito que ele vá com ela a um show, só que ele detesta, mas, para agradá-la ele vai. Meses depois, vai haver um outro grande show de música na cidade, só que agora do gosto musical dele e ele quer muito que ela vá junto, mas, ela não gosta do tipo de música e não vai.

Está instalada uma briga, o marido irritado cobra da esposa a mesma disposição que ele teve, quando mesmo não gostando do gosto musical dela ele foi e ela não quer fazer o mesmo para agradá-lo, os dois discutem feio e ficam chateados um com o outro. 
Vemos neste exemplo algo muito recorrente entre casais, principalmente no inicio da relação em que um quer agradar ao outro para conquistar.
O marido fez algo que não queria fazer apenas para agradar a sua esposa, um ato a princípio de amor, não? Sim! Mas, do que adiantou este ato se quando ele quis o mesmo, não obteve? E não obtendo o mesmo, por isso se sentiu rejeitado e usado. Todo o ato que a principio era por amor foi desfeito, dando lugar a um forte sentimento de raiva e frustração.

Neste caso se o marido tivesse refletido sobre as questões listadas acima antes de tomar a atitude de ir ao show com a esposa, iria ter uma atitude mais honesta consigo mesmo. Se decidisse ir ao show, mesmo quando ela não quis ir com ele ao show de suas músicas preferidas, iria com ou sem ela, sem jogar na cara o que já havia feito, e sem brigar. Se tivesse decidido não ir ao show, não ia se sentir culpado, porque sabia o que estava fazendo, ou seja, ele não queria ir e tinha seus motivos para isso. Então, gentilmente explicaria a esposa que não ia querer ser uma má companhia para ela por não gostar daquelas músicas e ter que ir só para agradá-la, e assim evitaria ficar deslocado e de cara feia, com exceção de algumas, muitas mulheres entenderiam a explicação desde que fosse sincera e gentilmente explicada.

Ou ainda, o casal podia chegar a um consenso e combinar de ir a um show que agradasse aos dois. Ou combinar de que cada um pelo menos uma vez iria acompanhar ao outro e se após isso, se perceberem que realmente cada um detesta mesmo o gosto musical do outro, nunca mais iriam acompanhar um ao outro neste tipo de programa. Enfim outras decisões melhores poderiam ser tomadas que não resultariam em brigas tolas.

Este é apenas um simples exemplo de como agimos em relação ao agradar ao outro esperando retorno e como temos que ter jogo de cintura para saber fazer as concessões nos momentos certos e não de qualquer jeito e de qualquer maneira, porque no fim vamos querer cobrar isso.

Sendo assim, antes de começar a agradar ao outro deliberadamente e querer uma bela recompensa em troca, que tal buscar o autoconhecimento e começar a praticar a só dar ao outro aquilo que pode e quer dar, de boa vontade, sem querer nada em troca, hein?!

                                                              LailaMell