quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A vida e o leilão da virgindade!

O leilão da virgindade da catarinense Catarina Migliorini, de 20 anos de idade, foi encerrado na manhã dessa quarta-feira (24) com o lance de US$ 780 mil (cerca de R$ 1,5 milhão). Esse valor astronômico foi oferecido hoje por um japonês com o apelido de Natsu.
A brasileira explicou que é virgem e que tem exames para provar isso. Ela disse que irá a um médico de confiança do ganhador do leilão para ser examinada. Catarina falou que está preocupada com o final do leilão. De acordo com o regulamento, a primeira experiência de "amor" de Catarina está prevista para ocorrer 10 dias depois de hoje, no dia 3 de novembro.
A experiência da moça faz parte do documentário 'Virgins Wanted', que conta a história de jovens antes e depois de suas "primeiras vezes". A brasileira já tem um destino para o dinheiro: vai estudar medicina. "Já estava até matriculada, mas decidi adiar e vou em 2013. Tenho 20 anos, sou responsável pelo meu corpo e não estou prejudicando ninguém", afirmou em entrevista à 'Folha'.
O sexo não será filmado. Os produtores do documentário afirmaram que Catarina irá perder a virgindade em um avião, que irá da Austrália aos Estados Unidos.
( Fonte:  Yahoo! OMG! )

Muitos estão se perguntando a que ponto chegamos, após saber de uma notícia como essa da catarinense que teve sua virgindade leiloada num site....

Não acredito que chegamos a esse ponto, acredito que não saímos desse ponto, confuso? Eu explico.

A prostituição existe desde que o mundo é mundo, a ponto de ser considerada a profissão mais antiga do mundo. Mas, ainda sim ela é vista como algo baixo e imoral, pois, na prostituição o sexo é visto e tratado como um negócio, como uma venda, um comércio, só que, na maioria das vezes, essa imoralidade só é vista do ponto de vista de quem está se prostituindo e não de quem está consumindo, negociando ou seja do ponto de vista de quem faz uso ou lucra com isso. Acredito que o que existe por trás da prostituição é que deve ser analisado, especialmente neste caso do leilão da virgindade. O que há por trás desse ato? Apenas uma jovem interesseira, que não se dá valor e que está atrás de fama e dinheiro? Ou existe um outro fator determinante para tal ato?

Eu não vou aqui fazer um julgamento moral da conduta desta moça, pois, ela tem a vivência dela e eu tenho a minha e são essas vivências que determinam as atitudes e escolhas feitas na vida.

Quero aqui, convidar a quem quiser, a refletir sobre o que há por trás desse leilão.

Nesse leilão tanto a moça como um rapaz tem suas "virgindades" leiloadas para satisfazer o ego, a curiosidade, de quem fez seus lances no site. No caso específico da moça, homens de todos os tipos e nacionalidades fizeram seus lances como se estivessem participando de um leilão de um carro, por exemplo...

O que acho importante pensarmos é: O que leva homens com poder aquisitivo a participarem de um leilão como esse?

Seria apenas por uma fantasia sexual de ter uma relação sexual com uma virgem?

Ou o que acontece é a velha questão masculina de "poder". Bem sabemos, que vivemos numa sociedade machista e patriarcal, que coloca sobre os homens a obrigação de ser o macho, o provedor, o poderoso, o insensível, e essa pressão faz com que os homens sejam competitivos e disputem entre si, desde quem tem o melhor carro, o melhor emprego, até a mulher mais bonita, mais gostosa, como se fosse um troféu para exibir aos outros machos o que o poder dele pôde adquirir, ás vezes, essa competição chega a ser uma obsessão, vale ressaltar também que nessa competição, as mulheres, acabam se encaixando perfeitamente, demonstrando para as demais e para a sociedade em geral, o que o "seu homem" tem e pode comprar...

Nesse contexto a questão da prostituição e posteriormente desse leilão da virgindade, vai além do sexo, serve apenas para reforçar cada vez mais esse estereótipo de homem poderoso e inabalável, que pode comprar e pagar por qualquer coisa, pode pagar por aquilo que é cobiçado, invejado e valorizado pelos outros, ainda que saibamos que damos valor ás coisas tão insignificantes. E que nem sempre ter qualquer coisa, significa se ter o melhor. A questão de poder é relativa, talvez, numa outra cultura, numa outra sociedade, este mesmo homem que em nossa cultura é tido como poderoso, poderia ser desvalorizado.

Mas, em nossa cultura o que vale é isso, é se exibir, como um pavão, "Sou o Melhor", tenho o melhor carro, a melhor casa, frequento os melhores lugares... Então, se a virgindade é algo valoroso e está sendo leiloada, posso pagar por isso, por que não?

São esses  mesmos homens ricos e supostamente poderosos que alimentam a prostituição, o tráfico de pessoas, o turismo sexual no mundo, são esses homens cheios de "poder", que não pensam duas vezes em pagar cerca de R$ 1,5 milhão simplesmente para ter o poder (posse) de ter direito a virgindade de alguém, ainda que esse dinheiro servisse para tantas outras coisas realmente importantes.

Obviamente que esta moça não é a vítima inocente que não sabe o que está fazendo, na verdade ela está jogando conforme as regras pré-estipuladas por nossa cultura do poder, ela sabe que pessoas dão importância a isso. A nossa sociedade transforma em celebridades quem se expõe em detrimento ao talento, ainda que essa exposição não nos acrescente nada de positivo, a mídia, a sociedade hipócrita critica, porém, por debaixo dos panos valoriza e enriquece qualquer um(a) que faça as vezes de "bobo da corte". Homens de posse, "homens de grife", bem-sucedidos iriam se interessar pelo "negócio", não hesitariam em dar lances altíssimos para ter aquilo que os outros não tem.

E assim caminha a humanidade....Pessoas continuaram a ser tratadas como coisas e não como pessoas. Continuaremos somente a valorizar o status, a aparência, o culto neurótico ao dinheiro, o poder - seja ele real ou não -, porque é isso que move o mundo e quem não tem essas coisas para oferecer e jogar nesse suposto jogo da vida está fora, a margem da sociedade!

Ou abrimos mão da cultura do poder ( o poder de ter a posse a qualquer custo de qualquer coisa e pessoa) ou continuaremos assim, nos vendendo, até não restar mais nada, nem mesmo a nossa alma, para leiloar !

                                                                LailaMell

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Desculpa, eu não sou quem você pensou...

Dizes que gostas de mim, mas não me conheces

E nem quis me conhecer.

Disseste que estava feliz ao meu lado, quando na verdade estava infeliz.

Seus sonhos e ilusões preencheram o seu vazio

Ainda sim, não foram suficientes para preencher o meu.

Decepções e frustrações fazem parte do caminho 

Sim eu sei!

Mesmo assim eu continuaria seguindo...

Mas, quem estaria comigo?

Ai pude ver que estaria sozinha, mesmo estando contigo.

Não importa o que eu fizesse, o quanto eu me esforçasse

Nada, absolutamente nada estaria a altura de algo tão grande

Quanto este teu desejo.

O desejo de querer além do que poderia dar

O desejo de estar onde não lhe foi permitido ficar.

Confesso que por um momento fiquei mexida

Com a possibilidade de me entregar.

Ah...como seria bom...estar assim tão leve no ar...

Mas, como sempre a realidade vem se apresentar.

E quanto a  isto eu não tenho como negar.

Com um passo de cada vez

De cabeça erguida 

Vou seguindo em frente...

Tranquila, simplesmente por não perder a mim mesma 

E  assim poder descansar !


                                  LailaMell






domingo, 9 de setembro de 2012

Eu sempre te agrado e você não faz nada por mim!

Já faz um tempo que venho pensando em escrever sobre o vício de agradar ao outro deliberadamente e sem consciência, pois, percebo que esta atitude é uma das grandes armadilhas num relacionamento. De maneira nenhuma desejo causar uma má interpretação e dar a entender algo diferente daquilo que realmente almejo, então, espero conseguir escrever de forma sensata e coerente. Então, vamos lá....

Quem de nós nunca se pegou pensando ou falando algo como:
- Eu sempre agrado a fulana(o) e ela(e) nunca me agrada ou reconhece o que eu faço por ela.
Ou ainda:
- Eu fiz de tudo, me anulei por ele(a) e não ganho nenhum agradecimento...
Na maioria das vezes esses pensamentos vem acompanhados de fortes sentimentos de raiva, frustração e até autopiedade.

Mas, vamos refletir um pouco sobre o que há por trás dessa atitude de agradar ao outro?

Todo ser humano gosta de se sentir apreciado, admirado e recompensado por aquilo que faz de bom e em alguns casos até por aquilo que não faz, mas, essa é outra história. Então quando agradamos a alguém fazemos isso com um objetivo que é o de demonstrar afeto pela pessoa ou mesmo mostrar que temos certas habilidades e que gostaríamos de ser devidamente reconhecidos por essas habilidades. Até ai é totalmente compreensível que criemos certas expectativas em relação a agradar ao outro, porém, se analisarmos bem, quando agradamos na verdade queremos é ter esse retorno do outro e não necessariamente fazer algo para que o outro se sinta bem, pois, no geral agradamos ao outro, baseados na suposição de que o outro gostará disso ou daquilo, poucas vezes, perguntamos exatamente o que o outro gosta e como poderíamos agradá-lo. E isso que me desculpem os pseudobonzinhos e pseudoboazinhas nada mais é do que puro egoísmo, já que do contrário, procuraríamos saber com a pessoa em si o que a agrada e independente do retorno que tivéssemos não ficaríamos frustrados com aquilo que recebemos ou não em troca.

Então todos nós nascemos egoístas e isso ocorre por uma questão de sobrevivência, mas, com o passar do tempo e conforme vamos nos desenvolvendo esse egoísmo inato deve dar lugar a atitudes mais elevadas de altruísmo e socialização para que nossa vida em sociedade possa ser plenamente suportável para nós mesmos e para aqueles que convivem conosco. Esclarecido isso, devemos ter em mente que quando agradamos a alguém este retorno pode vir ou não e nem sempre virá da maneira que gostaríamos.

Isso acontece porque cada um de nós, ainda que usemos dos mesmos mecanismos para construir um pensamento, executar uma fala, em nossa essência, em nosso caráter, nossos pensamentos, valores e atitudes são diferentes um dos outros. Nós possuímos um mapa mental e emocional próprios, baseados em nossas experiências de vida, cultura, ambiente familiar, educacional, social e vamos reagir conforme este mapa que possuímos e não conforme o outro deseja. Muitas das vezes, a resposta, ou seja, a reação do outro, não irá nos satisfazer plenamente, frustrará nossas expectativas, dai todo o "bom ato" que tivemos se desintegrará numa sensação angustiante de rejeição, rancor e mágoa, muita das vezes. Afinal não é fácil lidar com a ingratidão.

Quando vamos agradar a alguém devemos ou pelo menos deveríamos ter em mente que o outro não vai necessariamente corresponder a áquilo que queremos e desejamos. É preciso haver um desapego neste sentido, pois do contrário a frustração será imensa e o modo como cada um reage a uma frustração corresponde ao que ele realmente é em sua essência ou em seu caráter. Mesmo porque é muito fácil ser solícito, amigável, simpático, quando tudo está bem e quando o outro faz aquilo que queremos, como queremos, na hora em que queremos, mas nisso não há virtude e nem aprendizado algum.

Então antes de sair por ai agradando, pense bem: 

"O que eu estou fazendo é algo que me agrada ou me faz sentir usada(o)? É algo que me agride? É algo que me faz sentir sobrecarregada(o)? É algo que vai contra meus valores e princípios? 
É algo que estou fazendo para receber alguma recompensa, elogio ou favor? Qual é esta recompensa, elogio ou favor que desejo receber? Numa escala de 0 a 10, o quanto receber em troca é importante?

Parece papo de louco, mas, refletir sobre isso, antes de agradar, faz com que nossos pensamentos entre em acordo com nossas atitudes e não corremos o risco de nos tornarmos hipócritas, desonestos e incoerente com nós mesmos.

Sejam quais forem as respostas para essas questões, jamais faça algo a alguém que seja contra seus valores, princípios, não se sacrifique a este ponto, NÃO SE ANULE! Pois, por mais que se sacrificar seja bonito na teoria, na prática cedo ou tarde, você vai cobrar a quem você se sacrificou com juros e correção e muitas das vezes da pior maneira possível. Ainda não atingimos um nível psicológico e até mesmo espiritual elevados de autoconhecimento e controle  do Inconsciente, do Ego, Super Ego, tão elevado a ponto de afirmarmos com convicção e atitude, que não desejamos receber absolutamente NADA em troca.

Não estou sugerindo com isto, que sejamos individualistas, egocêntricos e não tenhamos para com os nossos semelhantes atitudes de amor e compaixão, que não cedamos. Mas, não façamos coisas contra aquilo que acreditamos ser o correto, pois o preço a pagar é alto demais.

Façamos pelo o outro aquilo que conscientemente decidimos fazer de boa vontade independente do retorno, que pode vir ou não, tenhamos flexibilidade, façamos acordos honestos conosco e com os outros, cedamos naquilo que temos plena consciência do que e por que estamos cedendo.

Por exemplo: Imaginemos um casal. A esposa é imensamente fã de um certo tipo de música, enquanto o marido é fã de outro tipo completamente diferente. Sua esposa deseja muito que ele vá com ela a um show, só que ele detesta, mas, para agradá-la ele vai. Meses depois, vai haver um outro grande show de música na cidade, só que agora do gosto musical dele e ele quer muito que ela vá junto, mas, ela não gosta do tipo de música e não vai.

Está instalada uma briga, o marido irritado cobra da esposa a mesma disposição que ele teve, quando mesmo não gostando do gosto musical dela ele foi e ela não quer fazer o mesmo para agradá-lo, os dois discutem feio e ficam chateados um com o outro. 
Vemos neste exemplo algo muito recorrente entre casais, principalmente no inicio da relação em que um quer agradar ao outro para conquistar.
O marido fez algo que não queria fazer apenas para agradar a sua esposa, um ato a princípio de amor, não? Sim! Mas, do que adiantou este ato se quando ele quis o mesmo, não obteve? E não obtendo o mesmo, por isso se sentiu rejeitado e usado. Todo o ato que a principio era por amor foi desfeito, dando lugar a um forte sentimento de raiva e frustração.

Neste caso se o marido tivesse refletido sobre as questões listadas acima antes de tomar a atitude de ir ao show com a esposa, iria ter uma atitude mais honesta consigo mesmo. Se decidisse ir ao show, mesmo quando ela não quis ir com ele ao show de suas músicas preferidas, iria com ou sem ela, sem jogar na cara o que já havia feito, e sem brigar. Se tivesse decidido não ir ao show, não ia se sentir culpado, porque sabia o que estava fazendo, ou seja, ele não queria ir e tinha seus motivos para isso. Então, gentilmente explicaria a esposa que não ia querer ser uma má companhia para ela por não gostar daquelas músicas e ter que ir só para agradá-la, e assim evitaria ficar deslocado e de cara feia, com exceção de algumas, muitas mulheres entenderiam a explicação desde que fosse sincera e gentilmente explicada.

Ou ainda, o casal podia chegar a um consenso e combinar de ir a um show que agradasse aos dois. Ou combinar de que cada um pelo menos uma vez iria acompanhar ao outro e se após isso, se perceberem que realmente cada um detesta mesmo o gosto musical do outro, nunca mais iriam acompanhar um ao outro neste tipo de programa. Enfim outras decisões melhores poderiam ser tomadas que não resultariam em brigas tolas.

Este é apenas um simples exemplo de como agimos em relação ao agradar ao outro esperando retorno e como temos que ter jogo de cintura para saber fazer as concessões nos momentos certos e não de qualquer jeito e de qualquer maneira, porque no fim vamos querer cobrar isso.

Sendo assim, antes de começar a agradar ao outro deliberadamente e querer uma bela recompensa em troca, que tal buscar o autoconhecimento e começar a praticar a só dar ao outro aquilo que pode e quer dar, de boa vontade, sem querer nada em troca, hein?!

                                                              LailaMell

domingo, 27 de maio de 2012

'Marcha das Vadias' ocorre no Brasil inteiro!

"Manifestantes se reúnem na tarde deste sábado (26), para a segunda edição da Marcha das Vadias. A manifestação é contra os abusos sofridos por mulheres, essa manifestação é inspirada no movimento mundial intitulado "Slut Walk", criado em abril do ano passado, após a polícia de Toronto, no Canadá, dizer que, para evitar estupros, as mulheres deviam deixar de se 'vestir como vadias". "Nem santa, nem puta. Livre" foi o lema da Marcha das Vadias, que aconteceu em São Paulo e em outros estados brasileiros." ( Fonte: Portal Yahoo Notícias).

O que isso tem a ver comigo? O que isso tem a ver com você?

Tudo!

Li essa reportagem e li vários comentários, uns a favor e outros contra, muitos dos que eram contra, na verdade não entenderam muito bem o sentido desta manifestação. Não entendi esta manifestação como uma marcha pró prostituição  entendi, como uma forma irônica de chamar a atenção para algo cada vez mais crescente no Brasil e no mundo, o abuso e a violência contra as mulheres.

Muitos dos comentários contrários a manifestação falavam sobre o fato de as mulheres saírem nas ruas quase que peladas. Outros se referiam a existirem muitas músicas em que nas suas letras denigrem as mulheres, as rotulando como objetos sexuais, cachorras e dai para baixo e as mulheres, ainda ficarem lá rebolando contentes e felizes por serem as gostosas da vez. Dos programas de TV, só mostrarem as mulheres de biquíni. Bom eu não vou nem entrar no mérito de discutir sobre isso, porque para mim, trata-se de um fenômeno sociológico e histórico, certo ou errado é outra questão ( um dia eu compartilho isso...quem sabe...rs). 

A questão é: O fato de as mulheres se "vestirem como vadias" dá o direito e justifica, a violência e o abuso contra elas? É sobre isso que espero que analisemos e não sobre a vestimenta ou a falta de vestimenta das mulheres...

Ora, estamos no século XXI, no ano de 2012, tivemos tantas revoluções, a tecnologia não para de crescer e inovar, no entanto, ainda nos comportamos como seres primitivos e irracionais, mas, claro, de terno e gravata, um belo Scarpan e um carro do ano, porque afinal, primitivo sim, mal vestido(a) e pobre, jamais! (risos)

Vamos pensar bem, se temos um impulso sexual e este é moldado pelas regras (leis) de convivência em sociedade, regras estas, que nos diz os limites, o que se pode ou não fazer (pelo menos em público), o que nos impede de sair por ai atacando literalmente um ao outro, baseados somente neste impulso? Não seria o caráter ou o medo de ser punido? 

Pensando dessa forma, se atacar alguém, no caso sexualmente, sem que a outra pessoa esteja de pleno acordo, não seria um crime ou uma violação a uma regra (lei)? 

Se a resposta for sim, o que muda o fato de a outra pessoa estar ou não, adequadamente vestida? O impulso é seu, no caso quem está tendo o impulso é quem deve controlá-lo ou então sofrer a punição por não saber ter esse controle.

Ou então, também podemos usar essa justificativa para furtar/roubar um dinheiro ou um objeto que não nos pertence, afinal ele estava lá, dando bandeira, o outro estava ostentando sua riqueza, por isso eu roubei... É ai que eu quero chegar, não há dois pesos e duas medidas nesse caso, não podemos ficar usando de justificativas para os nossos atos, pois, se começarmos a fazer isto, pode ter certeza que encontraremos justificativas para absolutamente tudo e que o mundo será um lugar inabitável, sem limites, sem regras e sem lei. E isso não tem nada a ver com a liberdade, pois, se duas pessoas se sentem livres para fazerem  o que bem entendem e querem, uma inegavelmente estará infringindo o espaço e a liberdade do outro, ou seja, sem esses limites, sem as regras, não há acordo, alguém será prejudicado e sua liberdade estará em risco, logo ela deixará de existir. 

Então que tal pensar nisso, se existe uma lei que diz que o abuso sexual, o estupro e a violência são crimes, não cabe a nós, nos justificarmos e dizer que em casos em que a mulher está dando "sopa" se vestindo como uma "vadia" ela está querendo ser violentada. Afinal, em países árabes em que as mulheres se cobrem da cabeça aos pés, muitas, são violentadas da mesma forma, a diferença é que pela cultura desses países, muitos desses fatos não são relatados e as mulheres sofrem caladas por acreditarem que esse é seu destino. 

Qualquer homem ou mulher, que se deu conta do seu potencial humano e que analisa as coisas, chegará a conclusão que viver num mundo machista e violento, não é vantagem nem para os homens e nem para as mulheres, e muito menos para as crianças. Claro, que num primeiro momento, viver num mundo patriarcal, machista e fundamentalista, parece algo vantajoso para os homens e protetivo para as mulheres, mas, é só analisar mais profundamente e veremos que isso é somente uma aparência de vantagem, muitas guerras tem seu ponto de partida exatamente ai nesse patriarquismo, mas essa é outra história...Também não faço campanha pró-feminismo porque a meu ver ele é só o outro lado da moeda do machismo, tudo, que pra mim, termina em "ismo" é preocupante pois, parte de uma ideologia e consequentemente quem não segui-la será condenado e perseguido, a meu ver, a questão é que todos são iguais perante a Lei e que existe os Direitos Humanos e eles devem ser seguidos e praticados por todos os humanos independente de cor, gênero, condição social, crença e religião, ou falta de crença e religião, condição ou opção sexual, idoso, adulto, adolescente, criança.

Para terminar que tal pararmos então de justificar nossas insanidades e entender que a violência, o estupro e o abuso sexual são Crimes Sim! E que uma mulher estar ou não adequadamente vestida, não torna o crime mais ou menos pior ou mais leve, ainda é crime e deve ser punido como tal!

                                                                   LailaMell

sábado, 7 de abril de 2012

Qual A Diferença Entre Julgar e Condenar?

Acredito que todos julgam, não importa se expressamos ou não este julgamento, estamos sempre julgando isso é implícito a uma mente racional como a nossa, estamos sempre de alguma forma supondo coisas sobre as situações e pessoas.

Acho que o que deve ser analisado aqui não é o ato de julgar ou não, e sim o de se condenar ou não, e não podemos ou pelo menos não devemos condenar a ninguém, pelo menos não da forma como costumamos condenar. Afinal tudo o que vemos, pensamos e a forma como agimos é só parte de um todo muito mais amplo e complexo. E quando condenamos tiramos a possibilidade de uma nova chance, uma nova percepção de todo o resto que ainda existe.

Um fato interessante é que existe nos evangelhos canônicos ( não sou nenhuma autoridade no assunto e nem uma leitora assídua, mas me lembro dessa passagem), uma afirmação de que  se estamos vendo um erro na vida do nosso irmão e este é um erro do qual não cometemos mais - pois, se ainda o cometemos, seremos hipócritas ao repreende-lo - devemos exortar este irmão sobre o seu erro, mas, não devemos condená-lo jamais. Afinal, " Assim, pois, aquele que pensa estar de pé  tome cuidado para não cair..."

Lembro-me também daquela passagem em que Jesus foi colocado numa situação difícil pelos fariseus (que eram as pessoas consideradas moralmente exemplares da época e que geralmente se sentiam no direito de condenar quem não fosse como eles), na qual trouxeram-lhe uma mulher que fora pega em adultério. Naquela época (como até hoje em muitos países árabes)  quem fosse pego em tal ato deveria ser apedrejado até a morte. Jesus, que era a frente do seu tempo e conhecia a intenção dos fariseus, reconheceu o erro da mulher ou seja, ele fez um julgamento, não tentou negar o ato e nem usar justificativas para o ato e muito menos racionalizar. Porém, não a condenou, ou seja, não mandou que a apedrejassem imediatamente, antes deixou que essa condenação se viesse, que viesse dos fariseus, por isso, disse:
" – Aquele que não tiver pecado (erros, falhas) que atire a primeira pedra..".

Ou seja, ele fez com que os que a queriam condená-la pensassem cada um sobre os seus próprios erros (ou pecados, como queiram). E pensando sobre esses erros, se alguém se sentisse tão puro, tão inocente, a ponto de condená-la, que então atirasse a primeira pedra. Não houve ali ninguém que atirasse uma pedra sequer, isso porque se alguém o fizesse teria consequentemente que condenar a si mesmo em alguma falta, nesse caso e na época, de acordo com a Lei de Moisés.. Assim, após ver que os que a queriam apedrejá-la tinham ido embora, Jesus, disse-lhe: " -Vá  e não peques mais"…

Ou seja, ele não a passou nenhum sermão, não a condenou, apenas a olhou nos olhos e a aconselhou para que não fizesse mais aquilo, afinal toda a ação tem uma reação e aquele acontecimento poderia ter tido um fim trágico. Não sabemos se essa mulher era a tal Maria Madalena e muito menos se ela continuou a cometer o mesmo erro, os evangelhos não relatam nada disso. Também pouco importa se é uma história verídica ou fora inventada, o que nos interessa é o principio, o ensinamento por trás dessa história, sendo assim, Jesus ali demonstrou como devemos julgar:

Primeiro: não podemos cometer o mesmo erro ao qual julgamos, senão, seremos hipócrita.

Segundo: mostrar o erro da pessoa não significa condená-la e muito menos humilhá-la, apenas oferecer a ela uma nova visão (percepção) sobre o ato, um novo caminho, uma nova oportunidade de reverter a situação ou mesmo recomeçar do ponto da onde parou.

Afinal quem de nós quer atirar a primeira pedra? Eu não, e você?

                                                              LailaMell

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Amiga...

Vejo você, assolada pela dor
Apesar de você ainda negar
Sei que é uma dor de amor.
Olho em seus olhos e vejo
Lembranças aquecedoras
Posso sentir o cheiro do medo.
Não! Não queira ter o controle da situação
Viva isso! E não se encarcere
Numa prisão.

Nunca se envergonhe de chorar
Pois eu, tenho algo para lhe contar
Esta dor, por pior que pareça
Vai passar, e um novo dia
Irá brilhar,
Espero com você, junto estar
Longe ou perto,
Saiba que com a minha amizade, 
Você pode contar!
              LailaMell

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Deixa Eu...

Deixa eu querer...
Deixa eu sentir vontade de você...
Deixa eu querer seus lábios juntos aos meus...
Me deixa te procurar...
Pode ser de noite ou de dia...
Te imaginando, te esperando...
Deixa eu te chamar só com um sussurro...
Dessa vez, as formalidades ficarão de fora...
Performances e acrobacias não estarão em cena...
Quero tirar sua máscara junto com a minha...
Deixa a "coisa" vir, do jeito que ela vier...
Quando tivermos vontade...
Com quem tivermos vontade...
Vai ser tão bom, se for  assim...
Tanto para você, quanto será para mim.

                             LailaMell

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sedenta por esse tal Amor....

Sozinha, sem você, parece que nada sou,
Ainda estou aqui, sozinha, sedenta por esse tal amor,
Ás vezes, a solidão bate a minha porta,
Outras vezes, sou eu, quem bato na porta dela

Me desculpe, se não faço tipo,
Deve ser por causa que enxergo mais, além desse mundinho,
Quantas vezes eu quis dizer: -Tristeza, nunca mais...
Mas ela sempre vem, ou sou eu, quem corro atrás?

Essa loucura toda pode ser o meu paraíso,
Ou tudo não vai passar de mais um prejuízo?
Inveja? Intrigas? Por favor, me deixem de fora desse show de horror...
E eu aqui, ainda sozinha, sedenta por esse tal amor!
                                            
                                              LailaMell